segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Baratas


Enquanto tento pensar sobre a lei vigente, existe alguém que a escreve. Enquanto tento obter senso de justiça, existe alguém que a exerce...

Há quem utilize de pendulo em tudo o que tange entre a ética e a moral...

A verdade, acima de tudo perpassa a própria verdade, a verdade dita, a verdade vista, a verdade aceita. Pois é ela mesma um conflito entre posições que se ramificam de suas próprias perspectivas.
O ser humano necessita sentir-se sobre o controle de situações externas ao seu real domínio, nisso se cria símbolos, formulas, magias, na intenção de se postular... obter controle...

Strauss em “pensamento selvagem” analisa o quanto existe de igualdade entre as diversas formas de estruturar a “realidade” em diversos povos e tribos. O contato com os mitos, as lendas de tribos indígenas  e a busca por conhecimento cientifico...

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Do pensamento anárquico


"...O homem busca seguir regras para uma mais rápida e mais perfeita satisfação de suas necessidades.  Essas regras podem vir de seu pai, seu senhor, seu rei. Quanto mais ignorantes forem, mais obedientes serão. 
A partir do momento em que o homem busca conhecer as ordens de seu superior, através da reflexão e argumentação, significa que ele está questionando a autoridade e pode, então, seguir um caminho próprio, sem a interferência de ninguém..." (Proudhon) 

terça-feira, 12 de junho de 2012

Objetos e Adjetivos


Ela saiu atrasada, mal teve tempo de fazer maquiagem e comer algo.

Garoava e fazia frio, e o trânsito estava intenso. A velocidade dos dias estava fazendo a vida sempre igual. Trabalho, faculdade... Tudo se repetia com as mesmas cobranças, os mesmos caminhos, as mesmas alegrias e preocupações.
Independente, vinte e oito anos e algo estava faltando. Alguma coisa no vácuo dos compromissos incomodava seu reflexo no espelho dos elevadores ultimamente. Não era beleza, nem problemas de relacionamento com pessoas.

Conforme todas as revistas famosas que acompanhava, palestras que assistia, filmes e cultura que absorvia, essa insatisfação diária era tratada como normal para uma mulher do século XXI. Estar dentro de um ambiente balizado e polarizado em desejos e satisfações traria conseqüentemente na linha do senso comum certo grau de desconforto, e isso seria normal.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Calvário


Das vezes que fiz questão de algo o mundo me mostrou o quanto não é fácil vislumbrar
O quão não é saudável desejar...
Depender é sempre a pior mentira
Despender é sempre a pior fraqueza
E é essa mentira e essa fraqueza as quais mais sofremos, as quais mais sentimos e nos agarramos
Pois depender do silêncio, do semblante e despender o "eu" nos jazem algo inevitável...
Inevitável querer que a noite fria seja dia de primavera

Mas no fim sempre sou eu e o silêncio,
eu e minhas cruzes...
Os olhos daqueles que um dia gostei não podem ver os pesos e medidas por trás de cada ida, cada volta
Então irei...
Irei como sempre fui ao lado de minha amarga revolta decaída
Surrada, mal entendida...
Envelhecendo a cada tempo, tropeços e trapaças
Fugindo de mim mesmo e me reencontrando afinal com o “eu” que me espera... que sempre me esperou
Me acudiu quando o vazio tornou-se pesado...
Pois sempre que esperei alguém fui enfim o algoz capaz de machucar
Machuquei sem querer, sem imaginar que meus dardos carregavam venenos letais...
Mas machuquei!
Fiz feridas reais... E na verdade não sei se me arrependo
Não há como nos arrepender quando não sabemos onde erramos
Quando não sabemos aonde vamos... Quando temos o defeito de olhar pro céu e esquecer da terra, do chão
E em vão colho ilusões... ilusões e culpas...
Colho aquilo que plantei, as conseqüências dos meus atos proditores

Então irei... irei para bem longe, onde nada nem ninguém será tão perto e tão capaz de me afetar
Irei pra onde não infectarei os poros, nem a água, nem o ar...
Onde minhas palavras serão do caos, dos raios e da noite
E meus ouvidos serão sensores e não coletores de sabores pecaminosos
Que aprazerem e depois castigam

Coletar abismos dói...
E das dores que trago em meu peito
Sei que meus erros as fazem parecer nulas
Das marcas que carrego aqui dentro
Sei que meu sorriso as  fazem parecer invisíveis, chulas
Minhas lágrimas solidificadas se quebram diante desejos e barreiras
Diante as conveniências e hipocrisias

Em meio a luzes, drinks e tragos ouço vozes, sinto toques, beijo lábios...
Conversas, ilusões espalham-se no espaço espelhado
E meu reflexo é trágico, no calvário com olhos sedentos e diabólicos...
No fim sempre sou eu e o silêncio,
eu e minhas cruzes...


Fernando Ribeiro (Sinnentleerten)

sábado, 2 de junho de 2012

Fuligens no céu

É bom ler...
Cansativo, relativo... mas faz bem.

De alguma forma quando lemos não precisamos mais ficar a mercê dos julgamentos daqueles que por fraqueza ou preguiça se veem como donos de uma razão intrínseca e moral sem o espaço para questionamentos.

Eu não sou  daqueles que saem por aí tolamente tentando mostrar ao mundo a importância que um pensador teve ou tem à humanidade. Socialmente me coloco mais numa posição de observador perante as coisas inúteis e atitudes vazias que rolam por aí.
É lógico que tais coisas e atitudes passariam em vão se eu não fosse um leitor de Bauman, Schopenhauer ou Sade, e mais alguns que auxilia-nos a ter ferramentas quando as coisas ficam realmente difíceis de levar...

Mas assim, é bom ver, perceber o que na sociedade ocidental contemporânea é alienação, o que é patologia, o que vem da mentira e o que deriva da verdade (verdade aqui vista de uma perspectiva não muito pretensiosa se levarmos em conta que ela varia do seu grau de pragmatismo).

domingo, 27 de maio de 2012

"...Maniqueísmo..."

Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet  
2007  dirigido por Tim Burton

...Vagando pelas ruas
Nuas parecem as intenções
Sem abrigos sinceros
Jardins montados
prédios e cemitérios
Palco do algo de cada um
Sonhos seus que como os meus podem usufruir do bem comum...





Fernando (Sinnentleerten)

domingo, 20 de maio de 2012

"...Escrevendo nas paredes..."

O grande problema qual o pessimista enfrenta sua vida inteira, é que ele acaba sempre atraindo o "melhor do mundo" para perto de si.

Muitos dizem que o otimista acende as luzes e o pessimista só serve para apagá-las. 

Se ele as apaga é porque sabe que há coisas muito mais interessantes para se fazer e experimentar na escuridão de um quarto frio.

Fernando (Sinnentleerten)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Eudaimonia


Ontem mesmo pude ver que quando a noite é fria todo calor não vale
Se sinto falta e a lembrança me invade... nada adianta sem você aqui
Sei que minhas atitudes não condizem
Que me afasto fácil dos laços de meus escritos
Mas você não viu...
não sentiu quando nesse frio desejei a ti... é, eu te quis
Com força eu gritei por dentro...
Me arrependendo de certas coisas, de ter dito o que não queria
De não ter dito o que precisava e das vezes em que troquei a solidão por parcerias nulas


Não há cautela que eu possa ter para barrar os rascunhos que saem de mim
Erro! E erro fragilmente como erra quem não tem aptidão
acho que de tanto querer não soube e não sei viver, falta ou sobra coração

Desnutrido de valores, o que tenho a oferecer são só gotas das noites que me molharam
marcas invisíveis sem serventia da garoa fina...
Mas já faz parte de mim perder o tempo que não para
Já sei que existem coisas que nunca aprenderei
No frio eu sei... tremendo, interpretando um papel, escolhendo o que vestir
Ser o melhor daquilo que julgo errado...
Em dois mundos divididos, o que eu vivo e o que quero abraçar...
Muitos são os lados


Meus vinte e cinco passam rápido nessa cidade cinza, “lentamente rápido”
Minha malandragem se perde no travesseiro, e nenhuma foto mostraria o que realmente sou
Onde estou é o que menos importa... sempre sei pra onde ir
Mas o que sou, um pesadelo é bem vindo em madrugadas cheias de gente...


Amar a mim é como amar uma pedra, severa, sem vida...
De todos os “eu te amos” que ouvi, acho que nenhum realmente sabia o que estava amando...




Fernando (Sinnentleerten)

sábado, 12 de maio de 2012

...

O amor não carrega os nossos vícios, não lê os nossos livros, não ouve as nossas músicas mas como droga, quando entra no sangue e se espalha pelo corpo nos adoenta na ilusão de estar vivendo a verdade... a verdade sem barreiras impeditivas, sem medos racionais ou imaginários e angústias mórbidas... na perseverança, na utopia e numa leve e constante desconfiança...

Fernando (Sinnentleerten)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Professores Ferramentas



Muito nos é cobrado hoje a respeito de criatividade, resolutividade, raciocínios rápidos e qualidade em cima do que fazemos em nossa vida estudantil e profissional. Nunca antes um sistema sócio econômico conseguiu tão universalmente impulsionar os seres humanos a terem objetivos tão parecidos quanto hoje...
Dinheiro... como fim e não como meio...

Não que isso (dinheiro) seja ruim, longe de mim até porque adoro dinheiro. Digo no sentido de que ele nunca tomou conta da vida da gente como hoje em dia.
Não somos mais religiosos, misantropos, filantrópicos, isso ou aquilo... o que nos move não são mais as crenças existenciais ou intelectuais, mas sim o saldo em nossa conta corrente junto ao banco...

E aí vem uma pergunta: Estudamos pelo conhecimento ou pela profissão? É mais que óbvia essa resposta.

Você gosta do que estuda e do que faz no trabalho? Hmmmm, vamos lá, não seja puxa saco, diga a verdade... eu sei que você preferiria estar vendendo algodão doce na praia nesse horário...rsrs

Mas aí... qual é a finalidade de um curso técnico oferecido pelo Estado?

segunda-feira, 23 de abril de 2012

Sintomas do liberalismo


E mais uma vez ele estava ali...
Sentado em sua mesa de chefe com os olhos atentos a seus subordinados.
Alguma coisa nele se contrapunha entre a lucidez e a neurose, a exemplificação de termos técnicos em metáforas, seus risos de hiena e seu olhar baixo... uma postura típica de um fracassado moral.

É lógico que esse fracasso moral não se exemplificava apenas em gestos do corpo, sua forma de lidar com altas gerências entregava até muito mais...  Sua complacência a ordens tolas e sua maneira de achar que todos os acontecidos deveriam estar sob o conhecimento de seus superiores... entregar seus funcionários era uma rotina desagradável a qual todos que quisessem permanecer em seus cargos teriam de aceitar.
Aceitar a beatitude de um pseudo burguês de classe média... medíocre...

terça-feira, 20 de março de 2012

Bexigas e Balões

Num piscar de olhos imaginei seu rostinho 
Parei logo em uma esquina 
Era um rostinho doce como um "moranguete"
que comi e me lambuzei aos onze anos de minha vida


Olhos grandes e covinhas brandas centralizando a potência de minha existência
tão pequenina em teus centímetros
pude sentir a alegria em lhe proteger com toda veemência 


Imaginei o sapatinho que usará, e que comprei sem nem saber se gosta
historinhas que contarei para que tenha noites leves, maravilhosas


... Te direi do passado, do futuro e seu presente
ensinarei das dores, das cores e teus parentes...
Em noites de chuva e trovões serei seu herói, de vez em quando seu pai
Em dias de sol seu professor de skate, bicicleta, do amor e da paz


Andaremos nas florestas,
mergulharemos nas ondas do mar...
olharemos o céu em noites de festas  
Apontando estrelas 
que como você iluminam meu ser, inflam o ar


Serei teu porto seguro, 
o resgate de cada naufrágio
aquele que interpele em seu nome, 
que gritará sempre mais ávido


...Saiba sim...


Sua vida é bem vinda e teu bercinho um pedaço de nuvem
seu choro música no ouvido, 
sua papinha o momento que nos une


...Dar de comer, ensinar a falar, a andar, 
balbuciar papai e mamãe, vovô e vovó...
cantigas sem algoz enternecendo sua coragem
nessa viagem que a espera...


E eu só quero tê-la logo em meus braços  
contemplar os seus traços, 
guardar seus medos em nosso baú das recordações...
encherei muitas bexigas e balões multi coloridos com o ar de meus pulmões
Esperando os parabéns que sempre lhe darei cada vez em forte abraço
no laço de cada minuto que se passa de seus nove meses pré nascentes 
que me fizeram olhar a vida em seu gosto amplo e renascente
simplesmente me renascendo e me incorporando em você
... Minha Maria Fernanda
Meu tão, tão, tão...... 
Tão esperado bebê... 







sexta-feira, 16 de março de 2012

Totalitarismo anti vícios

Ser propenso a fazer o bem é ser virtuoso aos olhos da ética, aos olhos dos outros.
Quando se faz algo que a sua comunidade local enxerga como o certo, logo os olhares externos lhe entregarão o símbolo da virtude, ou seja... ser virtuoso tem a ver com o que de você serve aos outros, o que de você seja em pensamento ou atitude é capaz de ser absorvido como exemplo a ser disseminado como ideia concreta e moral.

O vício em contrapartida é aquilo que carregamos como hábito individual e que ao contrário da virtude não é bem quisto pela ética.

Devemos deixar claro que a ética se transforma o tempo todo, ou seja, na sociedade escravocrata era ético achar que os negros e os índios eram espécies inferiores que precisavam viver uma vida servil àquilo que o homem branco acreditava.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Pávido

De repente o mundo acabe
e tudo deixe de ser assim
...Pó no vento pávido


Solstício de um momento,de uma flor 
interiorizando o equinócio em lábios venais
lábios úmidos de lágrimas
buscando o tato de outras bocas no escuro estranho de um mundo frio


corpos frios, gelados... Sem nutrição
E a comoção liquidifica no contato com semelhantes
que nos afetam
infectam... adentram, invadem 


fechar os olhos no lago de gelo que a qualquer momento pode quebrar
Opção ingênua 
Condição indelével
que a rebelião estimula a não aceitar
Sendo pó que somos num sonho imposto e que é nosso


Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Noites e Mentiras

...Sou de carne
e minhas palavras meras ilusões
que dissolvem-se em poesias e remendos


Sou de carne
e os livros que leio são papéis sujos com tintas impressas no tecido que dói
... que corrói 


Minhas mentiras malditas simplesmente são lidas
assim, como simplesmente vivo
buscando simplesmente mais do mesmo
mais de um simples vício
mais de um simples copo
mais até do que um simples líquido pode me dar


...Mãos que me tocam sem nem me ouvir um bocado
Bocas que beijo em busca de algo...
Algo que perdi em algum momento, sei lá 


Sinto que as vezes tenho o poder de ir e vir
Quando o que queria mesmo era ficar
sem que tudo desabasse nos atos desgovernados do meu sangue 
que depara-se na maior parte das vezes com circunstâncias impostas
sem a tal da adrenalina... sem reais e intensas intensões


Sim! Queria ficar!
sem que as idiotices de um dia banal, de um mês
me tornassem outro homem, um outro ser
Ser esse cara aqui que já me basta
sem precisar parecer um outro
...Pois arraigado nos rabiscos dessa vida
penso que me tornar um outro é deixar de ser o que sou hoje
E o que sou hoje já me agrada
sou de carne...


Se minhas verdades soam mentiras
o problema não é meu
...preciso dos meus vicios para ser quem sou
Para mergulhar sempre nisso que sou


Coisas novas e baratas são levianas demais
qualquer diplomado funcional obtêm com seu medinho enfocado, 
bitolado em horizontes, provas e realizações


Eu não! eu não quero essa mesmice das novidades, dos alvos a serem alcançados, 
dos sonhos sempre renovados
pois realizar a mim mesmo é ter mais do mesmo
das mesmas noites insanas ou torpes
dos mesmos dias sem teorizar companhias
Simplesmente a vida, a minha vida
os meus passos escuros
que lentamente, bem lentamente se doam ao mundo


Um mundinho estranho, sim eu sei...
onde querem nos empurrar,
nos cobrar e ditar os anais em fistulas não condizentes ao que sentimos e enxergamos
Porém, mesmo assim nos doamos 


Mas o que tenho aqui são só pífias ilusões
ilusões dentro da carne
ilusões e o meu olhar 
parado, ansioso por mim mesmo... pelos meus egoísmos


Vai me cobrar mais do que meus passos lentos?


Ah não! Penso afinal que sou mais que a constituição
mais do que as placas que indicam a direção
não preciso me tornar um outro o tempo todo para adentrar nessa fila de condenados correndo atrás de sonhos retardados da felicidade


Aliás, meus momentos de infelicidade são sempre os mais agradáveis na minha fagulha de existência
Então, os poucos momentos que me restam para ser feliz prefiro que sejam aqui, preso em mim mesmo
em minhas mentiras...
minhas ternas noites mentirosas
...noites tais  libertinas
onde o carinho, a paz e a poesia de nada servem a quem se atrai mas não sabe dar e entregar um pouco mais de si mesmo...




Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Acluofobia



Flores florescem e falecem enquanto os galhos tortos se multiplicam
Esperanças latejam e padecem quando o intenso vácuo nos visita
As paredes tilintam seus olhos e o travesseiro corteja seu odor
E nessa eloqüente dor não pluralizo cor 
Absorvido num profundo cinza e frio...
Cinza e som... sem dom
Órfão do seu signo, da sua pele... da sua voz
Algoz que me paralisa a alma, entristece o horizonte e arranca lágrimas do meu pulsar
Atingido pelo negro dessa flâmula fincada em meus sonhos 
Borboletas já não batem asas em meu lar 

Prazeres sem sabor enganam meus dizeres e o cobertor não me tira a letargia
O mundo berra estridentemente e eu não ouço a gritaria
Submerso ao vão, ao laço que um dia se fez presente...
Hoje ausente de coesão
Na loucura de me ver refletido em tudo aquilo que um dia me fisgou
Perdido no tempo, sem adolescência ou idade adulta 
Um velho lobo uivando pra lua
Visões nuas, cruas... sem fim... sem lado... presas na cadeia do não querer

Nossos lençóis reluzem o cheiro que se perdeu
Me gravam o gemido
Me trazem tua voz
Guardam luz e ilusão

Nossos lençóis me devaneiam em estranhos sonhos bons
Rascunham doçuras, amarguras e orações 
Mergulham pétalas secas no edredom... no fundo, isso é bom

Flores florescem e falecem
E meus olhos se umedecem em seu farol que se apagou
Não ilumina
Me abisma no que sumiu e o que ficou...






Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten) 


Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Hiato

Vou falar de mim, falar do que me faz mal, me faz bem...
Falar não faz mal a ninguém...





















Primeiramente devo deixar claro que meu Blog é a desistência explicita de um jovem quanto a qualquer utopia viável de imaginação.  Ou seja, ter um blog é a desistência de que esse mundo por fim tenha algo a ser absorvido por mim.
E quando digo “esse mundo”, não digo o mundo propriamente dito, digo essa sociedade...
Vamos ser francos, essa sociedade não quer nada além de mimos, alguém lambendo e aceitando as coisas como são. Caso contrário você é só mais um rebeldinho marxista falastrão.

Eu, quero que se foda... essa é que é a verdade. O mundo pra mim sempre foi e sempre vai ser muito mais do que a maioria pensa que é... mas, entendam, sou louco!


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Tempo, a ilusão e a morte

O tempo em seu passar rouba pensamentos....louco... não liga para nada
Muitos dizem que ele cura quando na verdade ele nos adoece, nos mata
Sim! Na loucura do tempo todo, o tempo nos mata
Definha nossa pele, nossos rostos envelhecem...
Dão ao nome disso, experiência, vivência e outras tantas coisas que sei lá

Vejo-o, sinto-o... nas pessoas e em mim... ali e aqui
Criamos formas de controlá-lo, relógios, calendários e feriados
Uma loucura em símbolos na infantilidade doce e inocente de segurá-lo fragmentado em nossos dedos
Mas não dá... simplesmente não dá! É como água! Impossível pelas mãos de ser pega
É como pedra que virou areia...

Comemos a pedra sendo um grão de areia

discordâncias, ambivalências...
tudo do tempo

Toda vez ele transborda segundos, arrasta os minutos e nos tira aquilo que era nosso...
As horas do céu se transformam no mais absoluto inferno, torpor. No horror de mais um dia, mais um mês, mais um ano

Na cama o sono não vem, o cérebro pensa em alguém que não está....
uma abstração que o tempo infernal tende não passar... Obrigado a distinguir cada detalhe, cada vazio, cada respiração em nós mesmos.
O tempo torna-se dono... Senhor... Velho e amargo
Enganados pela esperança passamos o tempo deixando passar
passando despercebido aquilo que era a nossa vida, nossa alegria, e que na hora achamos ser dor
...hoje... Letargia

a dor de uma doce mentira...
um presente no passado e no futuro...
provisório...

olhar o horizonte e sonhar algo que não é...
com pés no chão ansiando voar um passarinho que não existe
um anjo que já morreu... se foi... lá atrás, menino bandido...
acalantado pelas vozes de uma sombra atemporal... imaginária

a história se encaixou em nós, a geografia, a religião se encaixou
o mundo já estava aqui e nós viemos, absorvemos e o somos hoje
somos os mesmos de ontem... com o mesmo norte a própria sorte...
no conflito da escolha... do poder e do escolher
do poder escolher a melhor maneira barganhando com o tempo
negociando seus imperativos cacofônicos em nossos vícios de linguagem
nossas secas línguas viciadas em líquidos do tempo que de pingo em pingo vicia nossa sede
na rede deitados esperando o tempo passar...


Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A mentira

Ela é ávida de glamour 
e quer tomar partido de tudo que rouba o seu lugar no palco
Ela facilmente aos bobos seduz
tomando as virtudes de assalto
Não é que ela seja má 
ou que seja tão errada a ponto de crucificá-la
Mas é ácida e corroe aos poucos sem que possamos perceber
Ela vem descendo pelo pescoço, 
sugando nosso suor, 
se enrolando em nossa barriga...
Ela é rica de desejos e quer no fundo nos perturbar... 
Quer nos acordar dessa vida de falsas verdades...

Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

Drive.in - O Outro Lado



niilismo niilismo niilismo niilismo niilismo niilismo niilismo

domingo, 15 de janeiro de 2012

O mendigo e o Velho

Um senhor de idade avistou o mendigo na rua... Sentiu pena daquele homem surrado, sujo e mal cheiroso...   Ocorreu-lhe o ímpeto em ajudar de alguma forma.

Ao olhar o indigente no meio da calçada o velho sentia pena; uma vaga lembrança de sua juventude vinha à tona, recordando dias em que teve fome, medos e furacões.

--- Ei amigo, qual é o seu nome? --- Perguntou o velho.

O mendigo olhou-o sem responder a pergunta.

--- Qual o seu nome senhor? --- Perguntou novamente o velho.

--- Qual o seu nome digo eu meu camarada! --- Disse o mendigo com os olhos baixos.

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Estilingue

2012, o senso da massa toma conta do espaço...

Diferenças? Já não se sabe...
O que nos diferencia? O que nos torna iguais? O sexo, a cor, a inteligência... a extensão simbólica dos entendimentos?

Nina é um filme brasileiro de 2004,
dirigido por Heitor Dhalia, baseado
na obra de Fiodor Dostoievski
“Ela se olha no espelho... seu rosto não é bem aquele que desejava ter, seus olhos transmitem dor, um certo vazio escuro angustiado... anseios chegam todos os dias inflando suas vontades que quase nunca são realizadas... rancores, revoltas, culpas... sua postura deixa explícito a desistência instintiva de quem não consegue o que quer culpando os que chegaram onde o seu imaginário apontou como ideal ...”

Assim, o espaço vem tomando conta de sua narração com as placas lhe indicando a direção... a opinião aceita aquilo que é imposto, que é dito vivendo para os outros... lendo, estudando e dançando com os outros... indo para casa pensando naquilo que lhe incomodou no trabalho, indo ao trabalho pensando no que lhe incomoda em casa... aceitando o que o professor do seu filho ensina, o que a televisão explana... sendo e estando o externo... acreditando nisso tudo que não representa quase nada... fisgando a compreensão da evolução espiritual na ascensão profissional na empresa em que trabalha, em que exerce uma função operacional...
Crê... ora... visualiza como querem que visualize...

Ô Gente!!!! rsrs


URBANÓIDE - Diogo Salles
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