terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Noites e Mentiras

...Sou de carne
e minhas palavras meras ilusões
que dissolvem-se em poesias e remendos


Sou de carne
e os livros que leio são papéis sujos com tintas impressas no tecido que dói
... que corrói 


Minhas mentiras malditas simplesmente são lidas
assim, como simplesmente vivo
buscando simplesmente mais do mesmo
mais de um simples vício
mais de um simples copo
mais até do que um simples líquido pode me dar


...Mãos que me tocam sem nem me ouvir um bocado
Bocas que beijo em busca de algo...
Algo que perdi em algum momento, sei lá 


Sinto que as vezes tenho o poder de ir e vir
Quando o que queria mesmo era ficar
sem que tudo desabasse nos atos desgovernados do meu sangue 
que depara-se na maior parte das vezes com circunstâncias impostas
sem a tal da adrenalina... sem reais e intensas intensões


Sim! Queria ficar!
sem que as idiotices de um dia banal, de um mês
me tornassem outro homem, um outro ser
Ser esse cara aqui que já me basta
sem precisar parecer um outro
...Pois arraigado nos rabiscos dessa vida
penso que me tornar um outro é deixar de ser o que sou hoje
E o que sou hoje já me agrada
sou de carne...


Se minhas verdades soam mentiras
o problema não é meu
...preciso dos meus vicios para ser quem sou
Para mergulhar sempre nisso que sou


Coisas novas e baratas são levianas demais
qualquer diplomado funcional obtêm com seu medinho enfocado, 
bitolado em horizontes, provas e realizações


Eu não! eu não quero essa mesmice das novidades, dos alvos a serem alcançados, 
dos sonhos sempre renovados
pois realizar a mim mesmo é ter mais do mesmo
das mesmas noites insanas ou torpes
dos mesmos dias sem teorizar companhias
Simplesmente a vida, a minha vida
os meus passos escuros
que lentamente, bem lentamente se doam ao mundo


Um mundinho estranho, sim eu sei...
onde querem nos empurrar,
nos cobrar e ditar os anais em fistulas não condizentes ao que sentimos e enxergamos
Porém, mesmo assim nos doamos 


Mas o que tenho aqui são só pífias ilusões
ilusões dentro da carne
ilusões e o meu olhar 
parado, ansioso por mim mesmo... pelos meus egoísmos


Vai me cobrar mais do que meus passos lentos?


Ah não! Penso afinal que sou mais que a constituição
mais do que as placas que indicam a direção
não preciso me tornar um outro o tempo todo para adentrar nessa fila de condenados correndo atrás de sonhos retardados da felicidade


Aliás, meus momentos de infelicidade são sempre os mais agradáveis na minha fagulha de existência
Então, os poucos momentos que me restam para ser feliz prefiro que sejam aqui, preso em mim mesmo
em minhas mentiras...
minhas ternas noites mentirosas
...noites tais  libertinas
onde o carinho, a paz e a poesia de nada servem a quem se atrai mas não sabe dar e entregar um pouco mais de si mesmo...




Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Acluofobia



Flores florescem e falecem enquanto os galhos tortos se multiplicam
Esperanças latejam e padecem quando o intenso vácuo nos visita
As paredes tilintam seus olhos e o travesseiro corteja seu odor
E nessa eloqüente dor não pluralizo cor 
Absorvido num profundo cinza e frio...
Cinza e som... sem dom
Órfão do seu signo, da sua pele... da sua voz
Algoz que me paralisa a alma, entristece o horizonte e arranca lágrimas do meu pulsar
Atingido pelo negro dessa flâmula fincada em meus sonhos 
Borboletas já não batem asas em meu lar 

Prazeres sem sabor enganam meus dizeres e o cobertor não me tira a letargia
O mundo berra estridentemente e eu não ouço a gritaria
Submerso ao vão, ao laço que um dia se fez presente...
Hoje ausente de coesão
Na loucura de me ver refletido em tudo aquilo que um dia me fisgou
Perdido no tempo, sem adolescência ou idade adulta 
Um velho lobo uivando pra lua
Visões nuas, cruas... sem fim... sem lado... presas na cadeia do não querer

Nossos lençóis reluzem o cheiro que se perdeu
Me gravam o gemido
Me trazem tua voz
Guardam luz e ilusão

Nossos lençóis me devaneiam em estranhos sonhos bons
Rascunham doçuras, amarguras e orações 
Mergulham pétalas secas no edredom... no fundo, isso é bom

Flores florescem e falecem
E meus olhos se umedecem em seu farol que se apagou
Não ilumina
Me abisma no que sumiu e o que ficou...






Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten) 


Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Hiato

Vou falar de mim, falar do que me faz mal, me faz bem...
Falar não faz mal a ninguém...





















Primeiramente devo deixar claro que meu Blog é a desistência explicita de um jovem quanto a qualquer utopia viável de imaginação.  Ou seja, ter um blog é a desistência de que esse mundo por fim tenha algo a ser absorvido por mim.
E quando digo “esse mundo”, não digo o mundo propriamente dito, digo essa sociedade...
Vamos ser francos, essa sociedade não quer nada além de mimos, alguém lambendo e aceitando as coisas como são. Caso contrário você é só mais um rebeldinho marxista falastrão.

Eu, quero que se foda... essa é que é a verdade. O mundo pra mim sempre foi e sempre vai ser muito mais do que a maioria pensa que é... mas, entendam, sou louco!


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