Uma coisa que fica clara quando
temos como premissa obter por fim em nossas mãos o poder e o controle sobre as
situações que são alheias as nossas vontades, é a evidência nítida de que a
presença de um possível acaso e aleatoriedade dos fatos nos incomoda. Dessa
forma, o homem ao estilo Quixotesco, em nome de um tal bem e de uma tal paz que
só ele vê, é capaz de criar quimeras, carrascos, argumentos morais, tudo em
nome dessa tal necessidade mundana de estar sempre, mesmo que de forma
narcísica, "por cima da carniça" (como diria minha falecida avó).
O fato de certas pessoas
colocarem Deus como fundamento de suas vidas não me incomoda, o que me incomoda
é a inaptidão de algumas pessoas em não respeitarem aqueles que não O tem como
premissa em suas vidas.
Família, credo, cultura,
preferências literárias, artísticas, de entretenimento, etc... acho que
chegamos num ponto onde há espaço para todos os gostos, valores e prioridades
para quem vive em nossa sociedade sem que se precise estar a todo momento
exposto ao julgamento "demonizador" de ninguém. E pelo peso que o
cotidiano carrega, cada um utiliza a ferramenta que lhe achar necessária para
separar aquilo que considera "sagrado" daquilo que interpreta como
"profano" em sua vida particular sem estar preso dogmaticamente a
fanatismos e afins.
Fundamentar o mundo com
convicções não investigativas pelo simples fato de você não ter discernimento
para lidar com as diferenças entre as pessoas, e não ter capacidade em adquirir
novos conhecimentos que possam lhe instruir o elevando para outros níveis de
compreensão é no mínimo covardia, para não dizer outra coisa.