terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Tempo, a ilusão e a morte

O tempo em seu passar rouba pensamentos....louco... não liga para nada
Muitos dizem que ele cura quando na verdade ele nos adoece, nos mata
Sim! Na loucura do tempo todo, o tempo nos mata
Definha nossa pele, nossos rostos envelhecem...
Dão ao nome disso, experiência, vivência e outras tantas coisas que sei lá

Vejo-o, sinto-o... nas pessoas e em mim... ali e aqui
Criamos formas de controlá-lo, relógios, calendários e feriados
Uma loucura em símbolos na infantilidade doce e inocente de segurá-lo fragmentado em nossos dedos
Mas não dá... simplesmente não dá! É como água! Impossível pelas mãos de ser pega
É como pedra que virou areia...

Comemos a pedra sendo um grão de areia

discordâncias, ambivalências...
tudo do tempo

Toda vez ele transborda segundos, arrasta os minutos e nos tira aquilo que era nosso...
As horas do céu se transformam no mais absoluto inferno, torpor. No horror de mais um dia, mais um mês, mais um ano

Na cama o sono não vem, o cérebro pensa em alguém que não está....
uma abstração que o tempo infernal tende não passar... Obrigado a distinguir cada detalhe, cada vazio, cada respiração em nós mesmos.
O tempo torna-se dono... Senhor... Velho e amargo
Enganados pela esperança passamos o tempo deixando passar
passando despercebido aquilo que era a nossa vida, nossa alegria, e que na hora achamos ser dor
...hoje... Letargia

a dor de uma doce mentira...
um presente no passado e no futuro...
provisório...

olhar o horizonte e sonhar algo que não é...
com pés no chão ansiando voar um passarinho que não existe
um anjo que já morreu... se foi... lá atrás, menino bandido...
acalantado pelas vozes de uma sombra atemporal... imaginária

a história se encaixou em nós, a geografia, a religião se encaixou
o mundo já estava aqui e nós viemos, absorvemos e o somos hoje
somos os mesmos de ontem... com o mesmo norte a própria sorte...
no conflito da escolha... do poder e do escolher
do poder escolher a melhor maneira barganhando com o tempo
negociando seus imperativos cacofônicos em nossos vícios de linguagem
nossas secas línguas viciadas em líquidos do tempo que de pingo em pingo vicia nossa sede
na rede deitados esperando o tempo passar...


Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

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