quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Viral nas Sombras


Acordando cedo e indo trabalhar
Vivendo pra não morrer, morrendo pra se atrasar
Atrasando os ponteiros que insistem em girar...
Roendo as unhas segurando o desejo em uivar
Um gole de café e um estalo em seus dedos
A dor nas costas frente à viagem entre morcegos...
Não mais sonhar, não mais querer
Querendo um pouco mais do que já se tem
Não mais vencer, não mais amar
Amando a solidão dos metrôs em vai e vem

O cinza frio
O jaleco escuro
O grito abafado pelo silêncio dos muros
Cercas e alarmes
Felicidades e dor
A cor de tantos em contraste de tristeza e horror

Cadê aquela ingenuidade e crença?
O gosto amargo assinando a sentença
De uma vida fria no bloqueio insone
Mesa farta de alimentos podres

Quem vai dizer que ele não viveu?
Quem irá mentir dizendo que ele não existiu
Caiu, dançou
Sem identificação
Identificado em nuances na multidão
Sem voz dizendo o que todos dizem
Sem direção seguindo as diretrizes
Cegueira ardendo enternecendo a carne
Viral nas sombras no presente único que invade

Não mais crescer! Não mais brindar!
Mirando as nuvens e no vento se soltar
Atalhos...
A mentira que rachou explicações que nunca virão...
Na  sensação de sumir vivendo o que não sabe
Imprimindo rabiscos de Sade
Engolindo por engolir, mastigando por precisar
Vícios  na brisa de um pensamento que me ilude ao elucidar...

E em torpor,
Ao sorrir o que eu sou?



F. Sinnentleerten

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