sábado, 25 de fevereiro de 2012

Livre associação de idéias ou sugestão coletiva?

O que se passa pela minha cabeça, aquilo que eu acredito ser meu pensamento é realmente meu ou sugestão coletiva?

Aquela História

"A vontade é impotente perante o que está para trás dela. Não poder destruir o tempo, nem a avidez transbordante do tempo, é a angústia mais solitária da vontade."

Friedrich Nietzsche

Mershan

  URBANÓIDE - Diogo Salles


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Acluofobia



Flores florescem e falecem enquanto os galhos tortos se multiplicam
Esperanças latejam e padecem quando o intenso vácuo nos visita
As paredes tilintam seus olhos e o travesseiro corteja seu odor
E nessa eloqüente dor não pluralizo cor 
Absorvido num profundo cinza e frio...
Cinza e som... sem dom
Órfão do seu signo, da sua pele... da sua voz
Algoz que me paralisa a alma, entristece o horizonte e arranca lágrimas do meu pulsar
Atingido pelo negro dessa flâmula fincada em meus sonhos 
Borboletas já não batem asas em meu lar 

Prazeres sem sabor enganam meus dizeres e o cobertor não me tira a letargia
O mundo berra estridentemente e eu não ouço a gritaria
Submerso ao vão, ao laço que um dia se fez presente...
Hoje ausente de coesão
Na loucura de me ver refletido em tudo aquilo que um dia me fisgou
Perdido no tempo, sem adolescência ou idade adulta 
Um velho lobo uivando pra lua
Visões nuas, cruas... sem fim... sem lado... presas na cadeia do não querer

Nossos lençóis reluzem o cheiro que se perdeu
Me gravam o gemido
Me trazem tua voz
Guardam luz e ilusão

Nossos lençóis me devaneiam em estranhos sonhos bons
Rascunham doçuras, amarguras e orações 
Mergulham pétalas secas no edredom... no fundo, isso é bom

Flores florescem e falecem
E meus olhos se umedecem em seu farol que se apagou
Não ilumina
Me abisma no que sumiu e o que ficou...






Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten) 


Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia Acluofobia

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Hiato

Vou falar de mim, falar do que me faz mal, me faz bem...
Falar não faz mal a ninguém...





















Primeiramente devo deixar claro que meu Blog é a desistência explicita de um jovem quanto a qualquer utopia viável de imaginação.  Ou seja, ter um blog é a desistência de que esse mundo por fim tenha algo a ser absorvido por mim.
E quando digo “esse mundo”, não digo o mundo propriamente dito, digo essa sociedade...
Vamos ser francos, essa sociedade não quer nada além de mimos, alguém lambendo e aceitando as coisas como são. Caso contrário você é só mais um rebeldinho marxista falastrão.

Eu, quero que se foda... essa é que é a verdade. O mundo pra mim sempre foi e sempre vai ser muito mais do que a maioria pensa que é... mas, entendam, sou louco!


terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O Tempo, a ilusão e a morte

O tempo em seu passar rouba pensamentos....louco... não liga para nada
Muitos dizem que ele cura quando na verdade ele nos adoece, nos mata
Sim! Na loucura do tempo todo, o tempo nos mata
Definha nossa pele, nossos rostos envelhecem...
Dão ao nome disso, experiência, vivência e outras tantas coisas que sei lá

Vejo-o, sinto-o... nas pessoas e em mim... ali e aqui
Criamos formas de controlá-lo, relógios, calendários e feriados
Uma loucura em símbolos na infantilidade doce e inocente de segurá-lo fragmentado em nossos dedos
Mas não dá... simplesmente não dá! É como água! Impossível pelas mãos de ser pega
É como pedra que virou areia...

Comemos a pedra sendo um grão de areia

discordâncias, ambivalências...
tudo do tempo

Toda vez ele transborda segundos, arrasta os minutos e nos tira aquilo que era nosso...
As horas do céu se transformam no mais absoluto inferno, torpor. No horror de mais um dia, mais um mês, mais um ano

Na cama o sono não vem, o cérebro pensa em alguém que não está....
uma abstração que o tempo infernal tende não passar... Obrigado a distinguir cada detalhe, cada vazio, cada respiração em nós mesmos.
O tempo torna-se dono... Senhor... Velho e amargo
Enganados pela esperança passamos o tempo deixando passar
passando despercebido aquilo que era a nossa vida, nossa alegria, e que na hora achamos ser dor
...hoje... Letargia

a dor de uma doce mentira...
um presente no passado e no futuro...
provisório...

olhar o horizonte e sonhar algo que não é...
com pés no chão ansiando voar um passarinho que não existe
um anjo que já morreu... se foi... lá atrás, menino bandido...
acalantado pelas vozes de uma sombra atemporal... imaginária

a história se encaixou em nós, a geografia, a religião se encaixou
o mundo já estava aqui e nós viemos, absorvemos e o somos hoje
somos os mesmos de ontem... com o mesmo norte a própria sorte...
no conflito da escolha... do poder e do escolher
do poder escolher a melhor maneira barganhando com o tempo
negociando seus imperativos cacofônicos em nossos vícios de linguagem
nossas secas línguas viciadas em líquidos do tempo que de pingo em pingo vicia nossa sede
na rede deitados esperando o tempo passar...


Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)

Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte Tempo ilusão morte

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

A mentira

Ela é ávida de glamour 
e quer tomar partido de tudo que rouba o seu lugar no palco
Ela facilmente aos bobos seduz
tomando as virtudes de assalto
Não é que ela seja má 
ou que seja tão errada a ponto de crucificá-la
Mas é ácida e corroe aos poucos sem que possamos perceber
Ela vem descendo pelo pescoço, 
sugando nosso suor, 
se enrolando em nossa barriga...
Ela é rica de desejos e quer no fundo nos perturbar... 
Quer nos acordar dessa vida de falsas verdades...

Fernando da Silva Ribeiro (Sinnentleerten)
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