terça-feira, 24 de junho de 2014
Convicções

Fiodor Dostoievski, in 'Diário de um Escritor'
O Ser e o Nada
Realmente, só pelo fato de ser consciente das causas que inspiram minhas ações, estas causas já são objetos transcendentes para a minha consciência; em vão tentaria apreendê-las. Escapo delas pela minha própria existência. Estou condenado a existir para sempre além da minha essência, além das causas e motivos dos meus atos. Estou condenado a ser livre. Isso quer dizer que nenhum limite para minha liberdade pode ser estabelecido exceto a própria liberdade.
Jean Paul Sartre
segunda-feira, 23 de junho de 2014
"...Voar..."
Seria tão bom ser capaz de conseguir a todo momento olhar o
horizonte através de raciocínios e equações, tendo a capacidade íntegra de
olhar cada ponto que nos cerca e mensurar leis físicas, químicas e biológicas,
checar a resultados o tempo inteiro...
Ser um propagador da razão, da
dialética, e assim hospedar grandes balanços morais e científicos de nossa
época.
De Platão a Agostinho, Aristóteles a Kant, Leibniz a Carl
Sargan, misturar perspectivas, escolas, ser um Frankfurtiano, se perder em
Zizek, Sloterdijk...
E por fim ser um analista com métodos vastos chegando
sempre a resultados completos, concisos e consistentes.
Ser capaz de olhar de frente para mitos, e tipologias sempre
sem apego, com distanciamento básico, com matriz filosófica. E assim chegar ao
cume de martelar nossas mentes até que nossas sensações sejam sempre colocadas
em segundo plano... Dando valor e criando significados se cessar.
Mas desde sempre, em todas as sociedades, a poesia prevalece
em alguns seres, emoção e sentimento, vontade de voar, fazer mais, se
experimentar. Em palavras se perder...
E hoje, ainda precisamos destoar.
Por mais propensos que estejamos a balbuciar nossas
sociologias e linhas de pensamento, quando amadurecemos o que realmente importa
é nossa reforma postural ética e estética.
Com o tempo paramos com as manias juvenis de auto martírio,
e a checagem externa não é mais a nossa prioridade.

Através da flexibilidade nos tornamos mais intensos, esparsos,
“levemente pesados” aguentamos com mais dignidade as pancadas e nos tornamos
artistas sem compromisso a contingência vigente.
O tempo, desde sempre, realmente nos torna pessoas melhores,
mas só em contraponto àquilo que fomos e fizemos e não em comparação a mais
nada... Pois o “mais nada” sempre foi
ilusão imposta que de maneira submissa nos deixamos absorver, APENAS nossa inocência
e juventude que não nos deixava saber.
Fernando Ribeiro
quinta-feira, 12 de junho de 2014
terça-feira, 10 de junho de 2014
O futebol é como a vida
É como a vida moderna (para ser
mais específico). Muitos adoram dizer que futilmente são vinte e dois homens
correndo atrás de uma bola numa brincadeira que não leva a nada, como “pão e
circo” que embriaga e ajuda a alienar o povo.

Tem quem torça o nariz para um
bom samba, para nossas raízes mais afros e roots.. Mas as vezes falta um pouquinho a gente CAETANEAR, LENINEAR,
DJAVANEAR, JORGE ARAGANEAR essa existência dura, LECY BRANDANEAR um bom MARTINHO
DA VILA, e esquecer um bocado a amargura dessa nossa “pequena” classe média,
baixa, alta, até Gigante...
Pois nessa rápida vida meu caro
amigo no fundo somos todos jogadores, mesmo que sem saber.
Se os vinte e dois correm numa
busca por gols, títulos. Nós corremos atrás do que afinal? Acordamos para
trabalhar em busca do que em nossos empregos em prestadoras de serviço de
alguma coisa? Estudamos em busca do que? Por quanto? Exatas, Humanas... Absorvemos
cultura, conhecimento, sabedoria ou consciência? Sei lá... Como diria nosso
ilustríssimo ADONIRAN BARBOSA: “...Deus dá o frio conforme o cobertor...”
Olha só, pra mim o futebol é a mais
pura cultura, uma arte universal quase bicentenária que expressa explicitamente
a nossa necessidade em ter juízes e árbitros para xingar, e colocar a culpa
sobre nossas perdas e imposturas...
O futebol, Ah, o FUTEBOL, esse
sim é como a vida, trás a tona estórias de glórias e taças levantadas e lá
naquele vestiário vazio esconde as histórias de vidas de jogadores que como muitos
de nós em determinado dia tropeçaram, com chutes que não deram certo, que em
algum momento fracassaram. Pois como essa nossa complexa vida ele é “simples e
objetivo”, começa e termina e no meio algo mágico sempre acontece... Sempre tem
quem perca, e quem ganhe.
Mas independentemente de tudo os gritos
insistem em clamar, as camisas se combinam... Do outro lado da cerca se
contrastam e se contradizem...
Em coro nos entendemos, nos
identificamos, nos diferenciamos...
É, na banalidade da existência nos
apreciamos ao saber que alguém nutre valor pelo mesmo time que nós, e isso meu
amigo é sábio, muito sábio, pois é sinônimo de abraço, franqueza...
Aceitar que somos plurais, que
mesmo com a “cultura do dinheiro” entrando em nossas vidas pessoais e
profissionais somos capazes de vibrar gratuitamente... Sim, gratuitamente por
cores e brasões passados de pai para filho, de avô para neto, de tio para
sobrinho... Na tradição de um tempo que cada vez mais nos apequena e ainda assim
“existimos” sendo lá no fundo torcedores...
Não tem clichês pra quem gosta do
futebol, não tem “direita e esquerda”, “patrão e operário”, no estádio eu sou a
voz, somos os nós que se enlaçam e de quatro em quatro anos penduram
bandeirolas.. As vezes desbotadas, as vezes meio amargas... Mas sempre com
sentimento agudo de no deleite quase que primitivo poder sentir-se campeão,
pois como para Elis Regina: "...Não tenho tempo de desfraldar outra
bandeira que não seja a da compreensão, do encontro e do entendimento entre as
pessoas..."
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