segunda-feira, 23 de junho de 2014

"...Voar..."

Seria tão bom ser capaz de conseguir a todo momento olhar o horizonte através de raciocínios e equações, tendo a capacidade íntegra de olhar cada ponto que nos cerca e mensurar leis físicas, químicas e biológicas, checar a resultados o tempo inteiro... 
Ser um propagador da razão, da dialética, e assim hospedar grandes balanços morais e científicos de nossa época.

De Platão a Agostinho, Aristóteles a Kant, Leibniz a Carl Sargan, misturar perspectivas, escolas, ser um Frankfurtiano, se perder em Zizek, Sloterdijk... 
E por fim ser um analista com métodos vastos chegando sempre a resultados completos, concisos e consistentes.

Ser capaz de olhar de frente para mitos, e tipologias sempre sem apego, com distanciamento básico, com matriz filosófica. E assim chegar ao cume de martelar nossas mentes até que nossas sensações sejam sempre colocadas em segundo plano... Dando valor e criando significados se cessar.

Mas desde sempre, em todas as sociedades, a poesia prevalece em alguns seres, emoção e sentimento, vontade de voar, fazer mais, se experimentar. Em palavras se perder... 

E hoje, ainda precisamos destoar.

Por mais propensos que estejamos a balbuciar nossas sociologias e linhas de pensamento, quando amadurecemos o que realmente importa é nossa reforma postural ética e estética.

Com o tempo paramos com as manias juvenis de auto martírio, e a checagem externa não é mais a nossa prioridade.  

A forma de se apreciar um café muda, a forma de sentir um toque de alguém muda; como aranhas nos aperfeiçoamos em tecer nossas teias, em como não deixar pessoas que gostamos irem embora por coisas pequenas e banais, aprendemos a “prender” reflexões por mais tempo sem deixar versos e diálogos diluírem-se com tanta facilidade. 


Através da flexibilidade nos tornamos mais intensos, esparsos, “levemente pesados” aguentamos com mais dignidade as pancadas e nos tornamos artistas sem compromisso a contingência vigente.


O tempo, desde sempre, realmente nos torna pessoas melhores, mas só em contraponto àquilo que fomos e fizemos e não em comparação a mais nada...  Pois o “mais nada” sempre foi ilusão imposta que de maneira submissa nos deixamos absorver, APENAS nossa inocência e juventude que não nos deixava saber.

Fernando Ribeiro

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