quinta-feira, 25 de julho de 2013

Um vício?

"...Quem fez da modéstia uma virtude esperava que todos passassem a falar de si próprios como se fossem idiotas. O que é a modéstia se não uma humildade hipócrita através da qual um homem pede perdão por ter as qualidades e os méritos que os outros não tem?..."


(Arthur Schopenhauer)

segunda-feira, 22 de julho de 2013

"Sagrado e Profano"

"...Seja o que for, artifício ou natureza, isso que nos imprime a condição de viver da comparação com outrem, faz-nos muito mais mal que bem. 
Privamo-nos daquilo que nos é útil para atender as aparências e a opinião dos outros. Não nos importa tanto saber o que é nosso ser em si e em efeito quanto saber o que é ele para o conhecimento público. 
As próprias riquezas do espírito e a sabedoria nos parecerão infrutíferas se só forem desfrutadas por nós, se não forem produzidas para a vista e aprovação alheia..."   


(Michel de Montaigne)

domingo, 21 de julho de 2013

"...Vaidade..."

"...Sonho que sou a Poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo!
E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que sou
Alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quando mais no céu eu vou sonhando,
E quando mais no alto ando voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!..."


(Florbela Espanca)

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Dialética e Decálogos

O barulho da cegueira faz nascer uma curiosidade tal, que com o passar do tempo se transforma no mal... impulsionado pelas nossas vontades mais normais, que por serem cegas não as administramos, simplesmente as criamos e as trazemos a superfície real de nossos dias. Viciados dias...

É assim como despertar de um sonho quando aprendemos a enxergar e a nos perceber novamente... um milagre que nos faz saltar as lágrimas ao sentir que tateamos as formas, cheiros e barulhos que nos rodeiam com outra percepção... com o olhar... ingênuo e balbuciante olhar... pedante e jovem olhar...

Reavaliar, ter finalmente a oportunidade de reavaliar... Eis o grande milagre que faz nascer a nossa vã filosofia... Debaixo dos trópicos como indivíduos nos achar, nos doutrinar através de nossos anos no subsolo cego, escuro... Eis onde brota o significado que antes tentávamos dar as coisas mas que por falta de olhos, por falta de cor não tínhamos a mínima habilidade e nem sensibilidade para tal...

É quando o mundo não é ruim por que é ruim ou bom por que é bom, e sim o nós se enternecendo em nós mesmos e esbarrando em tudo que antes já esbarrava sem a preocupação determinista  interligada com os códigos... é simplesmente um "foda-se" aos códigos... um "foda-se" a um "falar bonito", a um "estar com a razão"... é nós com nós mesmos, verdades e mentiras... mais mentiras do que verdades, mais sozinho que com amigos, tão inimigo quanto amigo, mais volátil do que fixo... 

Mais livre parado do que escravo andarilho... Eis a corrosão...

terça-feira, 9 de julho de 2013

Longe das Praças


A probabilidade do caos incomoda aqueles que após terem acendido a chama do conhecimento através da dialética e também de seus atos empíricos, começaram a julgar que nada seria mais justo do que através da razão tentar ordenar os fatos para que fosse construído o concreto que basearia teoricamente tudo o que pudessem tocar no âmbito do pensamento. É assim a filosofia política , a filosofia da educação que pretendem responder ou quase que por vício ditar quais devem ser as indagações alheias de seus alunos, colegas e qualquer um que porventura atravessem o seu caminho "profissional".

A sabedoria da academia, econômica e política tem seu fim marcado antes mesmo de seus meios, e nesse exercício predatado, por mais que tentem parecer esteticamente como guerreiros contra algozes da ignorância , se prendem fundamentalmente nos elementos constitutivos básicos dos quais a totalidade do universo seria constituída  "dentro de sua cabecinha". 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Manifestações... A falta de Marat

As manifestações que mexeram com o país nas últimas semanas é um fenômeno bacana se analisarmos o quanto ele é capaz de provocar reações políticas do Estado sem que se tenha um partido ou um interesse único por trás a não ser a própria insatisfação do indivíduo frente a má administração dos recursos de nossos governos. Uma explosão causada pelo estopim mascarado dos R$0,20 a mais na passagem do ônibus em São Paulo, mas com todo o peso de outras questões velhas e novas que permeiam nossos dias urbanos como: cura gay, pec37, corrupção, inflação, desvios de tudo aquilo que pagamos em impostos para setores que não deveriam ser potencializados economicamente, etc... 

quinta-feira, 2 de maio de 2013

La Prisión


Tantas coisas que deixamos ir... desprendemos aquilo que nos prende a elas e seguimos... fingimos esquecer do contato e das lembranças... Na promessa fúnebre de que a perturbação não virá dar suas caras e suas cartas mais cedo ou mais tarde.

Mas a nostalgia sempre vem, ela aparece como um mendigo bêbado não cogitado e nos veste a mente sempre que exaurimos algo que remete ao que passou... num cheiro, num gosto, num tato, num símbolo e logo somos tomados pela lembrança ali presente... Ou seja... é impossível esquecer o que passou, o que fez parte, o que nos tocou em algum momento no passado...  Nosso passado nos molda como as mãos do artesão modela a argila. perceptivelmente vazia mas formada, delatora  de uma causa. A causa de nosso ser e estar, do mal estar.

O futuro como algo nítido não existe. Como o concreto, é uma criação de nossa mente. Criamos o futuro como discernimos a cidade, na veleidade de nossa sanidade sempre expostos ao erro, ao sintoma típico de ser um homem colocado em meio ao caos tomado pelas ranhuras e apetrechos.

E por fim no presente tencionamos tudo... passado, e futuro. O desencantamento do mundo nos prende, lembramos do que vivemos cada vez mais incorporados, tomados pelos anseios que possam saciar a sede formalizada em afeto, certo e cômodo. Incomodados com o peso do corpo, com o peso dos dias, com o peso. 

Duros nos tornamos, em pé, vestidos, conscientes de uma vida, de uma existência amordaçada pela ciência, a loucura e o discernimento, cada vez  mais aprofundados no decorrer e na absorção dos dias que nos fazem estar então na "idade da razão".  


F. Sinnentleerten

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